Economia

S&P rebaixa nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento

12/01/18 - 18h11


A agência de classificação de risco norte-americana Standard & Poor"s (S&P) rebaixou a nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento, de BB para BB-, com perspectiva estável. Em comunicado, a S&P alega que o país demora para implementar reformas que, na visão do mercado financeiro, reduziriam riscos fiscais do país, principalmente a da Previdência. O mercado global tem pressionado o país a implementar esta reforma, tendo em vista principalmente a aproximação das eleições gerais. 

Em nota divulgada na noite desta quinta, o Ministério da Fazenda reforçou para o mercado que o governo continua comprometido com as medidas de ajuste fiscal e com a reforma da Previdência. “O governo reforça seu compromisso em aprovar medidas como a reforma da Previdência, tributação de fundos exclusivos, reoneração da folha de pagamentos, adiamento do reajuste dos servidores públicos, entre outras iniciativas que concorrem para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira e o equilíbrio fiscal de longo prazo”, destacou o texto. 

A agência de risco destacou que, “apesar de vários avanços da administração [Michel] Temer, o Brasil fez progresso mais lento que o esperado em implementar uma legislação significativa para corrigir a derrapagem fiscal estrutural e o aumento dos níveis de endividamento.”

A redução da nota do país foi divulgada na noite desta quinta-feira (11). A perspectiva estável indica que a agência terá de esperar pelo menos seis meses para alterar a nota. O grau de investimento representa a garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública.

Desde fevereiro de 2016, o Brasil estava enquadrado dois níveis abaixo do grau de investimento. As outras duas principais agências de classificação de risco, Fitch e Moody’s, também norte-americanas, ainda não alteraram a nota do país e continuam a manter o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento. 

No fim de dezembro, o ministro Henrique Meirelles fez uma teleconferência com as três principais agências de classificação de risco. Ele tinha pedido que a S&P, a Fitch e a Moody’s aguardassem a votação da reforma da Previdência, prevista para fevereiro, antes de tomarem qualquer decisão sobre a nota do Brasil.