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Exclusivo: veja mensagens que revelam ações de facções criminosas em Alagoas

12/07/18 - 16h17

Ataques, execuções, movimentação no sistema prisional e estratégias de expansão do tráfico de drogas em comunidades de Maceió e outros municípios alagoanos. As mensagens manuscritas de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), alvo de investigação do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP), confirmam a presença da facção criminosa em Alagoas, revelam as ações da facção rival, o Comando Vermelho, e alertam para a movimentação do crime organizado dentro e fora dos presídios.

Com exclusividade, por meio de uma fonte, a reportagem do TNH1 teve acesso às denúncias do MPE-SP e aos trechos das mensagens manuscritas referentes às ações do PCC e do CV em Alagoas.

A informação foi divulgada por meio de uma reportagem de O Globo, publicada nessa quarta-feira, dia 11. Investigações do MPE de São Paulo apontam que integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina os presídios de São Paulo ordenavam ações em Alagoas e em mais 13 estados. 75 acusados de integrar a facção criminosa foram denunciados, sendo que sete deles atuavam de dentro de um pavilhão da Penitenciária de Presidente Bernardes II, onde foram encontradas, dentro do sistema de esgoto, as mensagens manuscritas.

Em uma das mensagens, integrantes informam sobre um ataque de membros do PCC a rivais do Comando Vermelho, em um local denominado de Favela do Planalto. A mensagem informa que o grupo não conseguiu localizar os rivais e acabou trocando tiros com policiais.

Em outro manuscrito, os suspeitos se referem a um ataque a uma delegacia, onde uma viatura foi incendiada. A ação tinha o objetivo de pressionar as forças de segurança do Estado para que fosse feita a transferência de integrantes do PCC para o Presídio do Agreste, onde o Comando Vermelho teria superioridade numérica de presos.

Outras mensagem tratam da mesma questão. De acordo com as mensagens, a estratégia era dominar o Presídio do Agreste e aumentar o número de faccionados do PCC na unidade. Os ataques e ações teriam começado logo depois que o governo de Alagoas teria removido todos os integrantes do Comando Vermelho para o Presídio do Agreste.

A mensagem abaixo sugere que o "jeito" seria "fazer a  parte disciplinar na rua". Para o MPE-AL, a expressão sugere ataques do lado de fora do presídio, para chamar a atenção da mídia e das autoridades. 

Outra mensagem cita a dificuldade da facção de conseguir armas em Alagoas e sugere a compra na fronteira de Peru e Bolívia.

Outro manuscrito chama a atenção por expor as estratégias comercias para fazer com que o PCC leve vantagem sobre a facção rival. A orientação é para que os integrantes passem a se infiltrar de forma inteligente nas comunidades dominadas pelo CV e suspendam a cobrança do percentual da venda de drogas, como forma de atrair novos integrantes.